Como a função da célula branca do sangue constitui a principal porção do mecanismo de defesa contra a infecção, a diminuição de sua atividade
obviamente conduz a um estado imune comprometido. Ingerir quantidades crescentes de glicose progressivamente reduz a função das células brancas do sangue, com a máxima inibição correspondendo aos níveis máximos de glicose no sangue. Em outras palavras, quanto mais açúcar você consome, maior o impacto negativo na função imune.
Acredita-se que os efeitos negativos dos altos níveis de açúcar resultam da elevação dos níveis de insulina, e da competição com a vitamina C pelos locais de transporte da membrana. Isto está baseado na evidência de que a vitamina C e o açúcar no sangue parecem ter efeitos opostos na função dos glóbulos brancos, e o fato de que ambos necessitam de insulina para o transporte de membrana para dentro de muitos tecidos.
Considerando que o americano médio consome 125 gramas de sacarose a cada dia, mais 50 gramas de outros açúcares simples refinados, a conclusão inescapável é que a maioria dos americanos tem o seu sistema imune permanentemente enfraquecido. Está claro que o consumo de açúcares simples - mesmo na forma de sucos de frutas - prejudica a função imune, particularmente durante uma infecção. Para ajudar o sistema imune durante uma infecção, é importante afastar-se do açúcar.
Também o jejum de curto prazo pode ajudar a melhorar a função imune pelo rebaixamento dos níveis de açúcar no sangue, particularmente durante as primeiras 24 a 48 horas de uma enfermidade infecciosa aguda, pois isto resulta num significativo (até 50%) aumento na capacidade dos glóbulos brancos em destruir microorganismos. O jejum não deve ser continuado por um período excessivo, pois eventualmente as fontes de energia dos leucócitos tornar-se-ão esgotadas.
Obesidade
A obesidade está associada com um status imune reduzido. Pessoas que estão acima do peso sofrem mais infecção do que pessoas de peso normal; em estudos experimentais, os glóbulos brancos de indivíduos com peso acima do normal tinham menos capacidade de destruir bactérias. Os níveis de colesterol e outras substâncias graxas (lípides) estão usualmente elevados em indivíduos obesos, o que pode explicar a sua função imune prejudicada, como descrito na seção seguinte.
Lípides
Níveis aumentados de colesterol, de ácidos graxos liberados, de triglicerides e de
ácidos biliares inibem várias funções imune, inclusive a capacidade dos glóbulos brancos de dividir e de moverem-se para áreas de infecção e destruir microorganismos. A função imune ótima é, portanto, dependente do controle destes componentes do serum, Interessantemente, a carnitina L, um composto semelhante à vitaminas e popular suplemento nutritivo, tem demonstrado superar os efeitos negativos que níveis elevados de colesterol e de triglicerides têm sobre a função imune. Isto é provavelmente devido ao papel que a carnitina tem na remoção de gorduras do sangue.
Álcool
O álcool aumenta a susceptibilidade à infecções experimentais em animais, e os alcoólatras são sabidamente mais susceptíveis à pneumonia. Estudos das células brancas do sangue humano mostram uma profunda depressão na taxa de mobilização para dentro de áreas de infecção depois que as pessoas consomem álcool. Os efeitos são de algum modo relacionados à dose: quanto mais álcool consumido, maior o prejuízo à mobilidade dos glóbulos brancos.
Vitamina A
Antigamente conhecida como a vitamina anti-infectiva, a vitamina A recentemente reconquistou reconhecimento como o principal determinante do status do imune. A vitamina A afeta o sistema imune de vários modos. Inicialmente, ela desempenha um papel fundamental na manutenção das superfícies da pele, do trato respiratório, do trato gastrointestinal e de outros tecidos do corpo, assim como de suas secreções. Estes sistemas de superfície constituem a primeira barreira aos microorganismos. Além deste papel, foi demonstrado que a vitamina A estimula e/ou realça numerosos processos imune, inclusive a indução de atividade anti-tumor, a intensificação da função dos glóbulos confirmou um efeito primeiramente notado em 1932: a suplementação de vitamina A pode reduzir significativamente a mortalidade infantil em pacientes com sarampo em pelo menos 50%.Tipicamente,a dosagem de vitamina A em estudos double-blind tem sido de 200.000 a 400.000 IU, administradas somente uma ou duas vezes para repor os estoques do corpo.
A terapia de vitamina A parece apropriada também para outras enfermidades virais da infância. Um dos virus mais comuns hoje em dia é o virus syncycial respiratório(VSR),uma brancos, e o aumento da reação anticorpo. Estes efeitos não são devidos simplesmente a uma reversão da deficiência de vitamina A, pois muitos destes efeitos são ainda mais intensificados por grandes doses de vitamina A .
A vitamina A tem demonstrado também importante atividade anti-viral e tem evitado a supressão imune induzida por hormônios adrenais, queimaduras graves e cirurgia. Alguns destes efeitos são provavelmente relacionados à capacidade da vitamina A de evitar o encolhimento induzido por estresse, da glândula timo e de promover o crescimento do timo.
Pessoas que têm deficiência de vitamina A são mais susceptíveis à moléstias infecciosas em geral, mas especialmente à infecções virais. Além disso ,o estoque de vitamina A cai verticalmente durante o curso de uma infecção.
Vitamina A em crianças
Baixos níveis de vitamina A são um grande problema em países em desenvolvimento, onde de 5 a 10 milhões de crianças exibem deficiência grave de vitamina A .Como resultado, estas crianças experimentam uma tremenda quantidade de sofrimento e de morte devido à função imune enfraquecida, As crianças deficientes de vitamina A são particularmente susceptíveis à infecções virais como o sarampo.
A suplementação de vitamina A no tratamento de sarampo já é indicada em crianças nos
EE UU assim como em países do terceiro mundo. Um estudo de crianças bem nutridas em Long Beach,California, que sofriam de sarampo, mostrou que 50% delas eram deficientes em vitamina A .
Recentemente, uma quantidade de estudos bem projetados confirmaram um efeito notado primeiramente em 1932 : a suplementação de vitamina A pode reduzir significativamente a mortalidade infantil entre pacientes de sarampo em pelo menos 50%. Tipicamente, a dosagem de vitamina A em estudos double-blind tem sido de 200.000 a 400.000 IU, somente administradas uma a duas vezes, para repor os estoques do corpo.
A terapia de vitamina A parece apropriada também para outras enfermidades infantis. Um dos virus mais comuns hoje em dia é o virus sincitial respiratório ( VSR) uma causa comum de doença respiratória grave em crianças pequenas. Estudos mostraram que crianças com VSR têm níveis baixos de vitamina A noserum. Mais ainda, quanto mais baixo o nível de vitamina A , maior a gravidade da doença, similar `a relação mostrada no sarampo. Porque a suplementação de vitamina A diminui a morbidez e a morte causadas pelo sarampo, um grupo de pesquisadores decidiu determinar o padrão de absorção e de
segurança da vitamina A em VSR como um primeiro passo na determinação da eficácia terapêutica.
Vinte e uma crianças com idade média de 2,3 meses ( variando de 1 a 6 meses de idade ), portadoras de infecção VSR branda ,foram tratadas com 12.500 a 25.000 IU de vitamina A miscelulizada oral (emulsificada em água, tornando as gotículas de gordura extremamente pequenas). Os níveis de partida de vitamina A mostraram-se estar baixos, mas dentre 6 horas após receber 25.000 IU de vitamina A ,os níveis normais foram restabelecidos .Isto não ocorreu com doses de 12.500 IU. Apesar de sua tenra idade, nenhuma das crianças experimentou quaisquer sinais ou sintomas óbvios de toxicidade de vitamina A . Embora o estudo não tenha sido projetado como um experimento terapêutico, todas aquelas que receberam vitamina A , ficaram menos tempo no hospital do que crianças com uma enfermidade de gravidade similar que não participaram do estudo.
Experimentos controlados por placebo são necessários para determinar a verdadeira eficácia da vitamina A na infecção por VSR. A suplementação de vitamina A é um atraente tratamento da infecção por VSR por muitas razões, inclusive pelo seu baixo custo, pela sua vasta disponibilidade e pela facilidade de administração.
Durante uma infecção viral aguda, uma única dose oral de 50.000 IU por um ou dois dias
parece ser segura até para bebês. A suplementação de vitamina A deve ser evitada absolutamente durante a gravidez. As mulheres que estejam grávidas devem substituir a vitamina A pelo beta-caroteno. Um recente estudo publicado pelo prestigiado New England Journal of Medicine demonstrou que dosagens superiores a 10.000 IU durante a gravidez (especificamente, durante as sete primeiras semanas após a concepção) tem sido responsável por um de cada cinqüenta e sete casos de defeitos de nascimento nos EE UU. As mulheres que estejam em risco de gravidez devem manter níveis de suplementação de vitamina A abaixo de 5.000 IU, ou, melhor ainda, mudar para carotenos.
Carotenos
Os carotenos, alguns dos quais podem ser convertidos em vitamina A , estão ganhando um bocado de atenção como fortalecedores do sistema imune. Os carotenos representam o mais disseminado grupo de pigmentos naturalmente encontrados na natureza. Eles são grupos altamente coloridos ( vermelho e amarelo ) de compostos solúveis em gorduras. Mais de seiscentos carotenóides já foram caracterizados, mas acredita-se que somente cerca de 30 a 50 tenham atividade de vitamina A . O beta-caroteno é o mais amplamente estudado e tem sido chamado de o mais ativo dos carotenos devido a sua atividade provitamina A ser mais alta.
Contudo, vários outros carotenos exercem maiores efeitos anti-oxidantes do que os beta-carotenos. Porque os carotenos são melhores anti-oxidantes que a vitamina A, eles podem ser melhores ainda na proteção da glândula timo, pois ela é particularmente susceptível aos danos produzidos pelos radicais livres e pela oxidação.
Os carotenos têm demonstrado um elenco de efeitos de intensificação do imune em recentes estudos. Entretanto, a percepção de tais efeitos remonta a 1931,quando uma relação inversa foi encontrada em uma dieta rica em carotenos (determinada pelos níveis de caroteno no sangue) e o número de dias de aula perdidos pelas crianças. Originalmente acreditou-se que as propriedades de intensificação do imune dos carotenos resultassem de sua conversão a vitamina A . Os pesquisadores atualmente sabem que os carotenos exercem muitos efeitos de intensificação do imune independente de qualquer atividade da vitamina A .
Um dos estudos mais marcantes foi conduzido em voluntários humanos normais. Os resultados indicaram que beta-caroteno oral (180 mg/dia; aproximadamente 300.000 IU) significativamente aumentou o número de células T auxiliares e células indutoras em cerca de 30% depois de sete dias, e de todas as células T após catorze dias.
Como as células T auxiliares desempenham um papel crítico na determinação do status do imune, este estudo indica que o beta-caroteno oral pode ser eficaz no aumento da função imune em condições caracterizadas pela redução da contagem de células T, tais como a AIDS e o câncer.
Entretanto, em vez de suplementar a dieta com beta-caroteno sintético, pode ser mais vantajoso usar fontes naturais de caroteno ou aumentar o consumo de alimentos ricos em caroteno. Para apoiar esta noção, vejamos um estudo comparativo. No estudo,126 colegiais saudáveis foram aleatoriamente designados para um dos seguintes grupos: Grupo A ,o grupo de controle; Grupo B, que tomou um suplemento diário de beta-caroteno de 15 mg(25.000 IU);e Grupo C, que consumia aproximadamente 15 mg de beta-caroteno ao dia proveniente de cenouras. O grupo que comeu cenouras mostrou o maior aumento no número e na função dos glóbulos brancos.
Estes resultados são desconcertantes, porque estudos de absorção tem mostrado que o beta-caroterno na forma de pílulas é melhor absorvido do que o caroteno de cenouras e de outros vegetais. O que pode ser concluído destes estudos é que o beta-caroteno é provavelmente apenas um dos compostos em alimentos integrais ricos em caroteno que intensificam o imune. Portanto, nossa recomendação é tentar o enfoque de alcançar alto consumo de caroteno via dieta mais que via suplementação. Isto posto, quando for desejada a intensificação imediata do imune, o caroteno suplementar pode ser um meio mais rápido e mais fácil de levantar a ingestão de caroteno até a marca de 180 mg ao dia-o nível que tem demonstrado aumentar significativamente a função timo. Conquanto os carotenos não possuam as propriedades anti-virais e eliminadoras de tumores da vitamina A ,os carotenos são inerentemente mais seguros e exercem múltiplos efeitos benéficos sobre a função imune.
Vitamina C
A vitamina C ( ácido ascórbico ) desempenha um importante papel na abordagem natural para o fortalecimento do imune .Embora a vitamina C tenha provado ser anti-viral e anti-bacteriana, seu mais importante efeito está na melhoria da função imune.
Muitos diferentes efeitos de fortalecimento do imune já foram demonstrados, inclusive a intensificação da função e da reação dos glóbulos brancos, aumento dos níveis de interferona (um fator químico especial que combate a infecção viral e o câncer),aumento da secreção dos hormônios do timo, e melhoria da integridade do revestimento das membranas mucosas. A vitamina C tem efeitos bioquímicos diretos sobre os glóbulos
brancos, similares àqueles do composto de fortalecimento do imune, a interferona.
Numerosos estudos clínicos suportam o uso de vitamina C no tratamento de condições infecciosas, particularmente o resfriado comum. Além de seus efeitos bastante conhecidos na redução da freqüência, da duração e da gravidade do resfriado comum, a vitamina C tem demonstrado também ser útil em outras condições infecciosas. Os níveis de vitamina C são rapidamente esgotados durante o estresse de uma infecção.
É útil suplementar com flavonóides- os pigmentos de vegetais que dão cor a muitas frutas, vegetais e flores - com o uso de vitamina C, pois estes compostos aumentam a concentração de vitamina C em alguns tecidos e incrementam seus efeitos, além de exercer os seus próprios efeitos.
Vitamina E
A vitamina E exerce uma atividade de intensificação do imune muito boa, pois ela fortalece os dois braços da imunidade (o humoral, ou anticorpo, e a imunidade mediada por célula).Uma deficiência em vitamina E resulta em enfraquecimento significativo da função imune. Mesmo sem sinais da deficiência de vitamina E, a suplementação com vitamina E tem demonstrado exercer um número de efeitos positivos sobre as funções do imune. Os benefícios da vitamina E são especialmente úteis no fortalecimento da função imune nos idosos.
Um recente estudo procurou determinar o efeito da suplementação com vitamina E em diferentes dosagens sobre a função imune em 88 pacientes com mais de 65 anos de idade. Os pesquisadores mediram a função da célula T como um indicador da condição do
sistema imune .Foi ministrado vitamina E a 60 IU,200 IU e 800 IU durante 235dias. Enquanto o grupoplacebo experimentou um aumento de 8% na função da célula T,o grupo de 60 IU teve um aumento de 20%,o grupo de 200 IU teve um aumento de 58% e o grupo de 800 IU teve um aumento de 65%.Nào foram observados efeitos adversos em qualquer um dos três programas de dosagem de vitamina E.
Vitamina B6
A deficiência de vitamina B6 resulta em função imune enfraquecida- tanto a imunidade relacionada com anticorpo quanto a mediada por célula são suprimidas .Esta supressão fica aparente na medida em que o número de glóbulos brancos despenca, ocorre uma tremenda redução na quantidade e na qualidade dos anticorpos produzidos ,e há uma reduzida atividade de hormônio tímico. A deficiência em vitamina B6 pode resultar do baixo consumo dietético de vitamina B6,excesso de consumo de proteína, consumo de
corantes alimentícios amarelos ( hidralazina ),consumo de álcool ou uso de contraceptivos orais.
Ácido fólico e vitamina B12 Uma deficiência de vitamina B12 ,ou ácido fólico, resulta em redução significativa de células brancas do sangue e reações anormais de células brancas do sangue. A deficiência de ácido fólico - a deficiência de vitamina mais comum nos EE UU
- tem mostrado resultar em atrofia (encolhimento) do timo e dos nódulos linfáticos, e ainda prejudicar significativamente a função dos glóbulos brancos. Uma deficiência de B12 pode produzir idênticas situações ,e é extremamente prejudicial à capacidade dos glóbulos brancos engolirem e destruírem organismos infecciosos.
Outras vitaminas do complexo B As deficiências de tiamina (B1),de riboflavina (B2) e de ácido pantotênico (B5) conduzem a reações enfraquecidas de anticorpos, à diminuição das reações dos glóbulos brancos e à atrofia do timo e do tecido linfático.
Ferro
A deficiência de ferro é uma condição comum que causa disfunção imune num enorme número de pessoas ,particularmente em crianças, mulheres em menstruação, e em pessoas idosas que tomam aspirina e outras drogas que podem causar sangramento gastrointestinal devido à formação de úlceras. A deficiência marginal de ferro mesmo em
Níveis que não rebaixem os valores do sangue- pode influenciar o sistema imune. A deficiência marginal de ferro pode causar a atrofia do timo e do nódulo linfático, a redução da reação e da função dos glóbulos brancos, e uma redução na proporção de células T para células B.
O ferro é um importante nutriente tento para bactérias quanto para os humanos. Durante uma infecção ,um dos mecanismos de defesa do corpo para limitar o crescimento bacteriano é reduzir os níveis de ferro no sangue. Estudos laboratoriais tem demonstrado que os efeitos anti-bacterianos do serum humano são eliminados pela adição de ferro ao serum. À medida que a temperatura do corpo sobe, os níveis de plasma de ferro descem; quando a temperatura é elevada à níveis de febre, o crescimento de bactérias é inibido, porém em altas concentrações de ferro, não.
Estas observações nos levam à conclusão de que a suplementação de ferro é provavelmente contra-indicada durante infecções graves. Contudo, em pacientes com função imune enfraquecida, com infecções crônicas e com níveis de ferro abaixo do normal, a suplementação adequada é essencial.
Zinco
A doença hereditária devida à deficiência de zinco, acrodermatite enteropática, oferece um excelente modelo para a compreensão da função do zinco na imunidade. Nela, o número de células T é reduzido ,a função do glóbulo branco é significativamente prejudicada, e os níveis de hormônios do timo são bastante baixos.
Todos estes efeitos são reversíveis com a administração e absorção adequadas de zinco.
Outros estudos têm mostrado que o zinco exerce um papel vital em muitas outras reações do sistema imune ; ele promove a destruição de partículas e de microorganismos estranhos,
Age como um protetor contra os danos dos radicais livres, atua sinergisticamente com a vitamina A, é necessário para a função apropriada dos glóbulos brancos e é um co-fator necessário na ativação do fatorserum do timo- um hormônio do timo com profundas propriedades de fortalecimento do imune.
O zinco também inibe o crescimento de diversos virus, inclusive o virus do resfriado comum e do herpes simplex. As pastilhas para garganta contendo zinco tornaram-se populares no tratamento do resfriado comum por uma simples razão: elas funcionam (ver Resfriado comum na Parte III).
Níveis adequados de zinco são particularmente importantes nos idosos, a suplementação de zinco para eles resulta no aumento do número de células T e em reações do sistema imune mediadas por células fortalecidas.
Selênio
O selênio tem uma função vital no funcionamento do enzima anti-oxidante peroxidase de glutatione. Como tal, ele afeta todos os componentes do sistema imune, incluindo-se o desenvolvimento e atividade de todos os glóbulos brancos. A deficiência de selênio resulta em função imune enfraquecida, enquanto que a suplementação de selênio resulta na incrementação e/ou restauração das funções do imune. Tem sido demonstrado que a deficiência de selênio inibe a resistência à infecção como o resultado de funções enfraquecidas tanto dos glóbulos brancos quanto do timo, enquanto que a suplementação de selênio (200 mg/dia) tem demonstrado estimular ambas funções.
A capacidade da suplementação de selênio melhorar a função imune vai muito além de simplesmente restaurar os níveis de selênio em indivíduos com carência de selênio .Em um estudo de suplementação de selênio (200mg/dia), por exemplo, para indivíduos com concentrações normais de selênio no sangue resultou num aumento de 118% na capacidade dos linfócitos de destruir células de tumor e de um aumento de 82,3% na atividade de células destruidoras naturais. Estes efeitos estavam aparentemente relacionados com a capacidade do selênio de realçar a expressão do composto fortalecedor do imune interleucina II e, conseqüentemente, a taxa de proliferação e de diferenciação, em formas capazes de matar células de tumor e microorganismos, dos glóbulos brancos. Os resultados indicam que os efeitos de intensificação do imune pelo selênio em humanos, requerem suplementação acima do consumo dietético normal.
Intensificação da função timo
Talvez o meio mais eficaz de restabelecer um sistema imune saudável seja melhorar o funcionamento da glândula timo.
Promover uma atividade ótima da glândula timo envolve:
timo.
O papel da amamentação
A amamentação está associada com o fornecimento a uma criança de uma função imune melhor. Crianças amamentadas tendem a ter menos infecções e alergias. Um dos mais importantes benefícios da amamentação é poder estimular o crescimento da glândula timo. Ë importante para as mães amamentar seus bebês pelo menos nos quatro primeiros meses de vida. Em um recente estudo ficou demonstrado que bebês amamentados tinham um índice médio de timo ( uma estimativa de volume baseada em avaliação por ultra-som) maior quando comparados a bebês alimentados por fórmulas. O índice foi avaliado em bebês saudáveis no nascimento e aos quatro meses de idade. Enquanto não houve diferença significativa no índice no nascimento, aos quatro meses de idade o índice médio era de 383 em bebês exclusivamente amamentados, de 27,3 em bebês parcialmente amamentados e de somente 18,3 em bebês alimentados por fórmulas. Este achado era independente de peso, de comprimento, de sexo e de doenças prévias ou correntes. Vamos colocar estes números numa perspectiva mais clara: as glândulas timo dos bebês amamentados eram mais de vinte vezes maiores do que as daqueles alimentados por fórmulas!
Anti-oxidantes
A glândula timo atinge seu máximo desenvolvimento na infância; daí a importância da amamentação ser claramente o fator determinante do desenvolvimento máximo, baseado no estudo previamente descrito. Durante o processo de envelhecimento, a glândula timo submete-se a um processo de encolhimento, ou involução. A razão desta involução é que a glândula timo é extremamente susceptível aos danos causados por radicais livres e pela oxidação, provocados por estresse, radiação, infecção e moléstias crônicas.
Muitos pacientes com a função imune enfraquecida bem como com condições associadas
com a imunidade prejudicada ( fadiga crônica, câncer, AIDS, etc) sofrem de um estado de desequilíbrio de oxidação . Esta condição é caracterizada pela existência de um número maior de radicais livres do que de anti-oxidantes no seu sistema- uma situação que é bastante prejudicial à função do timo. Um dos principais modos pelo qual os anti-oxidantes causam impacto no sistema imune- em particular à imunidade mediada por célula- pode ser através da proteção da glândula timo de danos. Os nutrientes mais importantes para a proteção do timo incluem os carotenos, a vitamina C, a vitamina E, o zinco e o selênio.
Nutrientes para a intensificação da função da glândula timo
Muitos nutrientes operam como co-fatores na elaboração, secreção e função dos hormônios de timo. Deficiências de qualquer um destes nutrientes resultam em redução da ação do hormônio tímico e enfraquecimento da função imune. O zinco, a vitamina B6 e a vitamina C são talvez os mais críticos. A suplementação com estes nutrientes tem sempre mostrado capacidade de aumentar a função do hormônio tímico e a imunidade mediada por célula.
O zinco talvez seja o mineral crítico envolvido na função da glândula timo e na ação do hormônio tímico. O zinco está envolvido em virtualmente cada aspecto da imunidade.
Quando os níveis de zinco estão baixos, o número de células T é reduzido; também os níveis de hormônio tímico são reduzidos e muitas das funções dos glóbulos brancos críticas para a reação imune estão gravemente em falta. Todos estes efeitos são tornados reversíveis com a suplementação de zinco.
Extratos de timo
Uma quantidade substancial de informações clínicas atualmente sustentam a eficácia dos extratos de timo de vitelo, oralmente administrados, na restauração e na intensificação da função imune. A eficácia dos extratos de timo é refletora da intensificação em espectro amplo do sistema imune, presumivelmente mediada pela melhoria da atividade da glândula timo. Este efeito encaixa-se perfeitamente como um dos conceitos básicos da terapia glandular :que a ingestão oral de material glandular de uma certa glândula animal reforçará a glândula humana correspondente. O resultado é um efeito geral amplo, indicativo de melhoria da função glandular. Em outras palavras, a terapia glandular é projetada para aumentar o vigor, função e/ou atividade da glândula correspondente.
Os extratos de timo podem fornecer a solução para infecções virais crônicas e para a baixa função imune. A capacidade dos extratos de timo para tratar e daí reduzir o número de infecções recorrentes foi estudada em um grupo de crianças comum histórico de infecções recorrentes do trato respiratório.
Estudos revelaram não somente que os extratos de timo administrados oralmente eram capazes de efetivamente eliminar a infecção, mas também que o tratamento no decorrer de um ano reduziu significativamente o número de infecções respiratórias e, também de modo significativo, melhorou inúmeros parâmetros do imune.
O uso de extrato de timo também tem mostrado conseguir normalizar a proporção de células T para células supressoras, quer ela esteja baixa (como em AIDS ou em câncer)ou alta (como em alergias ou em artrite reumatóide).
Extratos
Como os extratos de timo, extratos de baço bovino de grau farmacêutico são úteis no tratamento de condições infecciosas e como agente de fortalecimento imune no câncer.
Os benefícios são atribuídos às proteínas de pequeno peso molecular tais como a tuftsina e aesplenoplentina. A tuftsina estimula os macrófagos do fígado, do baço e dos nódulos linfáticos .Lembre-se, macrófagos são células grandes que engolem e destroem partículas estranhas, inclusive bactérias, células cancerosas e resíduos celulares. Os macrófagos são essenciais na proteção contra a invasão de microorganismos assim como contra o câncer. A tuftsina também ajuda a mobilizar outras células brancas do sangue a lutar contra a infecção e o câncer. Uma deficiência de tuftsina está associada com sinais e sintomas de infecções freqüentes.
Os efeitos da esplenopentina são dirigidos principalmente à intensificação da reação do sistema imune à regulação de compostos conhecidos como fatores de estimulação de colônia. Estes compostos estimulam a produção de glóbulos brancos. Estudos clínicos realizados na década de 30 utilizaram extratos de baço para tratar contagens de glóbulos brancos baixas; a esplenopentina é provavelmente o fator responsável pelos resultados. Ela também tem demonstrado intensificar a atividade das células destruidoras naturais.
O principal uso dos extratos de baço é em seguida a uma esplenectomia, ou remoção do baço. Esta operação é usualmente realizada depois que o baço foi gravemente danificado, provocando hemorragia grave. É necessário remover o baço após trauma significativo porque é muito difícil repará-lo. O baço também é removido no tratamento médico de certas moléstias, tais como a púrpura trombocítica idiopática e para determinar a extensão
do mal de Hodgkins. A remoção do baço está associada a um elevado risco de infecção, principalmente por bactérias. Os extratos de baço podem ser extremamente úteis em tais casos.
Botânicos
É sabido que muitas ervas têm efeitos anti-bacterianos, anti-virais e imuno-estimulatórios,e uma discussão completa está fora do objetivo deste capítulo. Este capítulo enfoca dois dos mais populares intensificadores do imune de origem botânica : echinacea e astragalus. Estas duas ervas foram selecionadas tendo em vista sua capacidade de exercer efeitos de espectro amplo sobre as funções imune.Elas estimulam os mecanismos de defesa naturais do corpo via mecanismos levemente diferentes e são de muitos modos os protótipos das centenas de plantas com reconhecida atividade anti-microbiana e imunológica.
Echinacea
Talvez a erva mais largamente empregada no mundo ocidental para a intensificação do sistema imune seja a echinacea. As duas espécies mais comumente utilizadas são a
Echinacea angustifolia e a Echinacea purpurea. Ambas tem mostrado exercer profundos efeitos de fortalecimento do imune, Várias classes de constituintes contribuem para esta ação.
Entre os mais importantes componentes imuno-estimuladores encontram-se os grandes polisacarídeos, tais como a inulina, que ativa o caminho de complemento alternativo - um dos mecanismos de defesa do sistema imune não-específicos - e aumenta a produção de químicos do imune ativam os macrófagos. O resultado é o aumento da atividade de muitos parâmetros importantes do imune: produção de células T, fagocitose macrófaga, ligadura de anticorpo, atividade de célula destruidora natural e níveis de neutrófilos circulantes.
A echinacea fortalece o sistema imune mesmo em pessoas saudáveis. Por exemplo, a administração oral de um extrato de raiz de E.purpurea ( numa dose de 30 gotas 3 vezes ao dia ) para homens saudáveis durante cinco dias resultou num notável acréscimo de 120% na fagocitose leucócita. Em um outro estudo de voluntários saudáveis com idade entre 25 e 40 anos, o suco fresco de extrato de E.purpurea incrementou a fagocitose de Candida albicans de 30 a 40 porcento.
Em adição ao suporte do imune, a echinacea exerça direta atividade anti-viral e ajuda a impedir a proliferação de bactérias pela ação inibitória de um enzima bacteriano chamado
hyaluronidase. Este enzima é secretado pela bactéria para poder romper a primeira linha de defesa do corpo - as membranas protetoras tais como a pele ou as membranas mucosas - de modo que o organismo possa penetrar no corpo.
Astragalus membranaceus
A raiz de astragalus é um medicamento chinês tradicional, usado para tratar de infecções virais .Estudos clínicos na China tem mostrado ser ela eficaz quando usada como medida preventiva contra o resfriado comum. Também tem mostrado ser capaz de reduzir a duração e a gravidade de sintomas no tratamento do resfriado comum agudo, assim como elevar a contagem de glóbulos brancos na leucopenia (uma condição caracterizada pelos baixos níveis de glóbulos brancos).
A pesquisa em animais indica que o astragalus aparentemente opera pela estimulação de vários fatores do sistema imune : atividade fagócita de monócitos e de macrófagos; produção de interferona e atividade de células destruidoras naturais;atividade a célula T;e outros mecanismos anti-virais.O astragalus parece ser particularmente útil em casas onde o sistema imune foi prejudicado por químicos ou por radiação ( p.ex. em pacientes submetidos a tratamento por quimioterapia e/ou radiação ).Como no caso da echinacea, os polisacarídeos existentes na raiz do A membranaceus contribuem para os efeitos de intensificação do imune.
REVISÀO RÁPIDA
A mente e as emoções têm um tremendo impacto na função imune.
O estresse enfraquece a função imune.
Uma deficiência de nutriente é a causa mais comum de função imune enfraquecida.
Muito açúcar na dieta conduz a uma redução da atividade dos glóbulos brancos.
A obesidade está associada com um estado de enfraquecimento do imune.
Aparentemente, o consumo de álcool inibe a atividade dos glóbulos brancos.
Os nutrientes mais importantes para uma suplementação de apoio ao sistema imune são vitamina A, carotenos, vitamina C, vitamina E, vitaminas do complexo B, ferro, zinco e selênio.
Apoiar o timo, a principal glândula do sistema imune, é um dos objetivos principais da terapia.
O baço é importante na luta contra infecções bacterianas.
As ervas echinacea e astragalus exercem efeitos positivos e de espectro amplo sobre a função imune.
SUMÁRIO DE TRATAMENTO
As recomendações abaixo listadas, devem ser entendidas como uma abordagem geral ao fortalecimento da função imune durante um processo infeccioso, e não suprimem a sua consulta a um médico para validálas ou não após um diagnostico mais específico do seu organismo.
Medidas gerais
Repouso (o ideal é cama).
Ingerir grande quantidade de fluidos (preferencialmente sucos vegetais diluídos, sopas e chás de ervas.
Limitar o consumo de açúcar simples (inclusive açúcar de frutas ) a menos de 50 gramas ao dia.
Suplementos nutricionais
Fórmula de múltiplas vitaminas e múltiplos minerais de alta potência.
Vitamina C : 500 mg a cada 2 horas.
Bioflavonóides : 1000 mg ao dia.
Vitamina A : 50.000 IU ao dia até 2 dias para crianças e até 1 semana para adultos.
Nota:
NÃO USE
Vitamina A em altas doses em mulheres sexualmente ativas em idade de
procriação, a menos que controle eficaz de concepção esteja sendo usado,
devido a possíveis defeitos no nascimento
ou
Se a infecção for viral :
Se infecção bacteriana:
Extrato de baço (a dose diária deve fornecer 50 mg de tuftsina e esplenopentina, ou, aproximadamente 1,5 g de peptídeos de baço total.
Medicamentos botânicos
Todas as dosagens são para três vezes ao dia:
Raiz seca ( ou como chá) : 0,5 1 g
Planta congelada : 325 650 mg
Suco da porção aérea da E. purpurea estabilizada em 22% de etanol : 2 a 3ml
Tintura ( 1 : 5 ) : 2 4 ml
Extrato fluido ( 1 : 1 ) : 2 4 ml
Extrato sólido [pó] ( 6,5 : 1 ou 3,5% de echinacosida ): 150 300 mg
Raiz seca ( ou como decocção ) : 1 2 mg
Tintura ( 1 : 5 ) :2 4 ml
Extrato fluido ( 1: 1 ) : 2 4 ml
Extrato sólido [pó] 0,5% de isoflavone 4-hidroxi-3-metoxi ) : 100 150 mg
PRESSÃO ALTA
Pressão alta de limiar (incerta) 120-160/90-94
Pressão alta branda 140-160/95-104
Pressão alta moderada 140-180/105-114
Pressão alta grave 160+/115+
A pressão sangüínea elevada é um fator de risco importante para um ataque cardíaco ou um derrame cerebral. De fato, ela é encarada como o maior dos fatores de risco de um derrame. Acima de sessenta milhões de americanos têm alta pressão sangüínea (também referida como hipertensão), aí incluídos mais que a metade (54,3%) de todos americanos entre 65 e 74 anos de idade, e quase três quartos (71,8%) de todos afro-americanos do mesmo grupo etário.
A pressão do sangue denota a resistência produzida cada vez que o coração bate e manda o sangue a correr pelas artérias. A leitura de pico da pressão exercida por esta contração é a pressão sistólica. Entre batimentos o coração relaxa e a pressão do sangue cai. A leitura mais baixa é referida como pressão diastólica.
Uma pressão de sangue com leitura normal para adulto é:
120 (sistólica) / 80 (diastólica)
A pressão sangüínea alta é dividida em diferentes níveis:
- Incerta (120-160 / 90-94)
- Branda (140-160 / 95-104)
- Moderada (140-180 / 105-114)
- Grave (160+ / 115+)
Embora os médicos estejam preocupados principalmente com a pressão diastólica (o segundo número na leitura da pressão sangüínea), a pressão sistólica é também um fator importante. Indivíduos com uma pressão diastólica normal (<82mm Hg) mas elevada pressão sistólica (158mm Hg) têm um incremento duas vezes maior nas suas taxas de mortalidade comparados com indivíduos com pressão sistólica normal (<130mm Hg).
CONSIDERAÇÕES TERAPÊUTICAS
Como mais de 80% dos pacientes com pressão alta estão na faixa de incerta a moderada, a maioria dos casos de pressão alta pode ser trazida sob controle através de dieta e de modo de vida modificados. De fato, em comparações frente a frente, muitas terapias sem drogas – tais como dieta, exercícios e relaxamento - têm se provado superiores a drogas em casos de hipertensão de limiar e de hipertensão branda. Estas terapias sem drogas são discutidas em detalhe neste capítulo.
Outro golpe contra as drogas está na crescente evidência indicando que elas podem estar fazendo mais mal que bem.
Em algumas pessoas, estas drogas podem estar produzindo exatamente a própria coisa que deveriam evitar: um ataque cardíaco. Vários estudos clínicos de longo prazo, bem projetados, descobriram que pessoas que tomam drogas para baixar a pressão (tipicamente diuréticos e/ou bloqueadores beta) atualmente sofrem de efeitos colaterais desnecessários (p.ex. fadiga, dores de cabeça e impotência), inclusive um risco incrementado de moléstia cardíaca.
Virtualmente toda autoridade médica (livro texto, organização, jornal, etc.) inclusive o Comitê Unido Nacional Sobre a Detecção, Avaliação e Tratamento da Pressão Alta, tem recomendado que terapias sem droga sejam usadas no tratamento de hipertensão incerta e branda. As drogas não trazem benefícios, contudo possuem riscos significantes. Os dois experimentos mais definitivos – os experimentos australiano e o do Conselho de Pesquisa Médica – juntamente com outros cinco grandes experimentos, inclusive o famoso Experimento de Intervenção de Fator de Risco Múltiplo, têm mostrado que as drogas não oferecem qualquer benefício na proteção contra doenças do coração em casos de hipertensão incerta ou moderada.
Em oposição a estes sete experimentos negativos, existem dois que acharam que o tratamento era de algum modo eficaz. Contudo, após exame mais apurado, ambos os estudos se mostraram inseguros. O Experimento Sobre Hipertensão nos Idosos, do Grupo de Trabalho Europeu era relativamente pequeno e no Programa de Detecção e Acompanhamento da Hipertensão havia um grupo de controle inadequado.
A coisa mais estranha é que estes estudos compararam o tratamento por drogas com o não-tratamento (placebo). Se as alternativas naturais delineadas neste capítulo fossem comparadas ao tratamento por drogas convencional na hipertensão incerta a moderada, não há dúvida que a abordagem sem drogas produziria benefícios substanciais. Uma quotação de um artigo no American Journal of Cardiology, examinando o tratamento por drogas da hipertensão, é consistente com a opinião médica corrente: “Poucos pacientes com hipertensão marginal sem complicações necessitam tratamento por drogas... Existe muito pouca evidência que estes pacientes (com hipertensão marginal) conseguirão benefícios suficientes para justificar os custos e efeitos adversos do tratamento por drogas antihipertensivas”.
A despeito desta evidência substancial e da opinião médica, as drogas para baixar a pressão do sangue ainda estão entre as mais largamente receitadas. Por quê? De acordo com um artigo no Journal of The American Medical Association, “O tratamento de hipertensão tornou-se a principal razão para consultas médicas assim como para receita de drogas”. Em outras palavras, as drogas para baixar a pressão são um grande negócio para os fabricantes de drogas e para os médicos. As vendas anuais de medicações para pressão sangüínea são estimadas em mais de 10 bilhões de dólares. Como é estimado que aproximadamente 50% dos pacientes com pressão alta estão nas categorias incerta e branda, se os doutores receitassem os protocolos sem drogas que têm sido recomendados pelas autoridades, isto poderia significar uma perda de mais de 5 bilhões de dólares para os fabricantes de drogas a cada ano, assim como uma substancial perda para os médicos.
Fatores dietários e de modo de vida na pressão alta
A pressão alta está intimamente ligada ao modo de vida e à dieta. Alguns dos fatores de modo de vida importantes que podem causar pressão alta são: consumo de café, de álcool, falta de exercício, stress e fumo. Alguns dos fatores dietários incluem: obesidade; proporção alta de sódio para potássio; dieta pobre em fibra e rica em açúcar; consumo alto de gordura saturada e pobre em ácido graxo essencial; e uma dieta pobre em cálcio, magnésio e vitamina C.
Vários destes fatores dietários e de modo de vida são discutidos no capítulo “Saúde do Coração e Cardiovascular”, pois a saúde da artéria é crítica na manutenção de pressão sangüínea normal. Quando as artérias se tornam duras devido ao acúmulo de placas que contém colesterol, a pressão do sangue aumenta. Portanto, é importante evitar a ateroesclerose (endurecimento das artérias). O papel do potássio e do stress na pressão alta será discutido em maiores detalhes adiante, seguido por uma breve discussão de agentes naturais selecionados para baixamento da pressão sangüínea.
Algumas recomendações dietárias específicas
Depois de atingir o peso ideal, talvez a mais importante recomendação dietária seja aumentar o consumo de alimentos vegetais na dieta. Os vegetarianos geralmente têm uma pressão sangüínea mais baixa, e uma menor incidência de pressão alta e outras doenças cardiovasculares do que os não-vegetarianos. Enquanto os níveis dietários de sódio não diferem significativamente entre os dois grupos, a dieta de um vegetariano tipicamente contém mais potássio, carbohidratos complexos, ácidos graxos essenciais, fibras, cálcio, magnésio e vitamina C, e menos gordura saturada e carbohidrato refinado, todos os quais têm influência favorável na pressão do sangue.
Alimentos especiais para pessoas com pressão alta incluem: aipo (por seu conteúdo de phtalido 3-n-butil: veja o próximo parágrafo); alho e cebolas (pelo seus compostos que contêm enxofre); nozes e sementes ou seus óleos (pelo seu conteúdo de ácido graxo); peixe de água fria (salmão, cavala, etc.); vegetais de folhas verdes (como rica fonte de cálcio e magnésio); grãos integrais e legumes (por suas fibras); e alimentos ricos em vitamina C, tais como brócoli e frutas cítricas.
O aipo é uma recomendação particularmente interessante para a pressão alta. Dois pesquisadores do Centro Médico da Universidade de Chicago realizaram estudos sobre um composto encontrado no aipo, o phtalido 3-n-butil, e descobriram que ele pode baixar a pressão do sangue. Em animais, uma quantidade muito pequena do phtalido 3-n-butil abaixou a pressão em 12 a 14 por cento, e também baixou o nível de colesterol em cerca de 7%. A dose equivalente em humanos pode ser suprida por cerca de quatro talos de aipo. A pesquisa foi induzida pelo pai de um dos pesquisadores; depois de comer ¼ de libra de aipo todo dia durante uma semana, ele observou que sua pressão sangüínea caiu de 158/96 para uma leitura normal de 118/82. Certamente , vale tentar a receita do aipo.
O alho e as cebolas também são alimentos importantes para baixar a pressão. Embora a maioria das pesquisas recentes tenha focalizado as propriedades rebaixadoras do colesterol do alho e das cebolas, ambos também têm demonstrado abaixar a pressão do sangue em casos de hipertensão.
Os suplementos comerciais de alho também podem ser benéficos; siga as recomendações de dosagem dadas em COLESTEROL. A reação usual pelo emprego do alho é bastante modesta: uma queda de aproximadamente 8 a 11mm Hg para a sistólica e 5 a 8mm Hg para a diastólica, é o comum.
Potássio e pressão do sangue
É um fato bem estabelecido que uma dieta pobre em potássio e rica em sódio está associada com a pressão alta do sangue. O potássio, junto com o sódio e o cloreto, é um eletrólito – um sal mineral que pode conduzir eletricidade quando dissolvido na água. Embora o sódio e o cloreto sejam importantes, o potássio é o eletrólito dietário mais importante. O potássio funciona na manutenção de:
- equilíbrio e distribuição da água
- pressão do sangue
- equilíbrio ácido-base
- função das células dos músculos e dos nervos
- função do coração
- função renal e adrenal
Mais de 95% do potássio no corpo é encontrado dentro das células. Em contraste, a maioria do sódio no corpo está localizado fora das células do sangue e outros fluidos. As células bombeiam sódio para fora e potássio para dentro na “bomba de sódio-potássio”. Esta bomba é encontrada nas membranas de todas as células no corpo, e é talvez o aspecto mais importante da manutenção da saúde celular. A bomba sódio-potássio também funciona para manter a carga elétrica dentro da célula. Isto é particularmente importante para as células de músculos e de nervos.
Durante a transmissão de nervo e a contração de músculo, o potássio sai da célula e o sódio entra, resultando numa mudança de carga elétrica. Esta mudança é que causa um impulso do nervo ou uma contração do músculo, não é surpreendente que uma deficiência de potássio afete primeiramente músculos e nervos.
Além de funcionar como um eletrólito, o potássio é fundamental para a conversão do açúcar do sangue emglicógeno – a forma de estocagem de açúcar do sangue encontrada nos músculos e no fígado. Uma escassez de potássio resulta em níveis reduzidos de glicógenos estocados. Devido ao glicógeno ser usado pelos músculos exercitantes para energia, uma deficiência de potássio produzirá grande cansaço e fraqueza muscular. Estes são, tipicamente, os primeiros sinais de deficiência de potássio.
A proporção de Sódio para Potássio
Tão importante como o conteúdo total de potássio no alimento, o sódio e o potássio devem ser consumidos em proporções apropriadas. Sal em excesso na dieta pode conduzir à disrupção deste equilíbrio. Numerosos estudos têm demonstrado que uma dieta rica em sal e pobre em potássio desempenha um importante papel no desenvolvimento de câncer e doenças cardiovasculares (doença do coração, pressão alta, derrames, etc.) em contraposição, uma dieta rica em potássio e pobre em sal é protetora contra estes males e, no caso de pressão alta, ela pode ser terapêutica.
É também bastante sabido que o consumo excessivo de cloreto de sódio (sal de mesa), conjugado com potássio dietário reduzido, é uma causa comum de pressão alta, especialmente em indivíduos “sensíveis ao sal”. Numerosos estudos têm demonstrado que a restrição de sódio isoladamente não melhora o controle da pressão do sangue na maioria das pessoas; ela deve ser acompanhada por um alto consumo de potássio. Em nossa sociedade, somente 5% da ingestão de sódio vem de ingredientes naturais dos alimentos. Alimentos preparados contribuem com 45% de nossa ingestão de sal, 45% é adicionado nas cozinhas e os outros 5% são adicionados como condimento. Tudo que o corpo necessita em quase todas as instâncias é o sal que é fornecido pelo alimento.
A maioria dos americanos tem uma proporção de potássio para sódio (K : Na) de menos do que 1:2. Esta razão de 1:2 significa que a maioria das pessoas ingere duas vezes mais sódio que potássio. Os pesquisadores recomendam uma proporção dietária de potássio para sódio maior que 5:1 para manter-se saudável. Contudo isto pode não ser ótimo. Uma dieta natural rica em frutas e vegetais pode produzir uma razão K : Na maior do que 100:1, na medida em que a maioria das frutas e vegetais tem uma razão K : Na de pelo menos 50:1 (ver Quadro 4 em “Uma Dieta Promotora de Saúde”).
Suplementação de Potássio para pressão alta
Muitos estudos têm agora mostrado que aumentar o consumo de potássio dietário pode abaixar a pressão do sangue. Em adição, existem agora diversos estudos que mostram que a suplementação de potássio isoladamente pode produzir reduções significantes na pressão sangüínea de pessoas hipertensas. Tipicamente, estes estudos utilizaram dosagens variando de 2,5 a 5,0 gramas de potássio por dia. Quedas significantes nos valores tanto sistólico quanto diastólico foram atingidas.
Em um estudo, 37 adultos com pressão alta branda receberam ou 2,5 gramas de potássio por dia, ou 2,5 gramas de potássio mais 480 mg de magnésio por dia, ou um placebo, durante oito semanas. Eles foram então cruzados para receber um ou outro dos tratamentos por mais oito semanas, e então novamente por mais oito semanas. Os resultados demonstraram que a suplementação de potássio baixou a pressão sistólica em média 12mm Hg e a pressão diastólica em média 16mm Hg. Interessantemente, o magnésio adicional não ofereceu redução na pressão do sangue. Contudo, a suplementação de magnésio tem mostrado ser útil em outros estudos (discutidos mais adiante).
A suplementação de potássio pode ser especialmente útil no tratamento de pessoas com pressão alta com mais de 65 anos. Os idosos freqüentemente não reagem às drogas rebaixadoras da pressão sangüínea, tornando o emprego de potássio como suplemento uma possibilidade excitante. Em um estudo, 18 pacientes idosos, não tratados (idade média 75 anos) com uma pressão sistólica maior que 160mm Hg e/ou uma pressão diastólica maior que 95mm Hg, receberam ou cloreto de potássio (fornecendo 2,5 gramas de potássio) ou um placebo a cada dia durante quatro semanas.
Após este período de tratamento relativamente curto, o grupo que tomou potássio experimentou uma queda de 12mm Hg na sistólica e 7mm Hg na diastólica. Estes resultados comparam-se favoravelmente com a redução da pressão produzida pela terapia de drogas, porém sem efeitos colaterais negativos.
Interações do Potássio e Magnésio
O potássio interage com o magnésio em muitos sistemas do corpo. O magnésio é segundo apenas para o potássio em termos de concentração dentro das células individuais do corpo. Níveis baixos de potássio intracelular podem ser o resultado de baixa ingestão de magnésio. É portanto apropriado suplementar o magnésio (400 a 1200mg por dia em doses divididas) juntamente com o potássio. Esta sugestão também pode baixar a pressão do sangue.
Por exemplo, em um estudo clínico, 21 pacientes masculinos com pressão alta receberam 600mg de magnésio diariamente (como óxido de magnésio) ou um placebo. A pressão sangüínea média (sistólica + diastólica dividido por 2) decresceu de 111 para 102mm Hg. Os pacientes que reagiram melhor foram aqueles que tinham níveis reduzidos de potássio nas células vermelhas do sangue. Após a terapia com magnésio, os níveis de sódio, potássio e magnésio intracelular normalizaram, sugerindo que um dos modos pelo qual o magnésio abaixa a pressão do sangue é através da ativação da bomba celular da membrana, que expele sódio e admite potássio para dentro da célula.
Há considerável evidência de estudos de população de que um alto consumo de magnésio está associado com pressão do sangue mais baixa. A principal fonte de magnésio nos primeiros estudos era a água. A água que é rica em minerais como o magnésio é muitas vezes referida como “água dura”. Numerosos estudos demonstraram que uma correlação inversa existe entre a dureza da água e a pressão alta. Em outras palavras, onde o conteúdo de magnésio na água é alto, ocorriam menos casos de pressão alta e doenças do coração.
Estes primeiros estudos conduziram a estudos dietários mais extensos, procurando pela associação entre magnésio e a pressão alta. Estes estudos encontraram os mesmos resultados que os estudos da “água dura”: quando os níveis de magnésio eram altos, a pressão do sangue era mais baixa. Em um dos estudos mais extensivos – O Estudo de Coração de Honolulu – a pressão do sangue sistólica era 6,4mm Hg mais baixa, e a diastólica 3,1mm Hg mais baixa, no grupo de mais alto consumo de magnésio comparado ao grupo de mais baixo consumo.
Por causa da evidência de que o magnésio evita doenças do coração, os pesquisadores começaram a investigar o efeito da suplementação de magnésio no tratamento da pressão alta. Os resultados têm sido mistos. Alguns dos estudos têm mostrado um bom efeito de abaixamento da pressão do sangue; outros não. A distinção quanto à suplementação de magnésio provocar abaixamento na pressão do sangue depende de vários fatores.
Primeiro, se o indivíduo está tomando um diurético, há uma boa chance de que a suplementação de magnésio abaixará a pressão do sangue pela superação da deplecção de magnésio induzida pelo diurético. Outro cenário no qual a suplementação de magnésio pode ser de grande valia é quando a pressão alta está associada com um alto nível de renina – uma enzima liberada pelos rins que eventualmente conduz à formação de angiotensina e à liberação de aldosterone. Estes compostos fazem com que os vasos sangüíneos se contraiam e a pressão sangüínea aumente. E finalmente, pacientes com sódio intracelular elevado ou níveis de potássio intracelular reduzidos (conforme medições feitas em estudos de células vermelhas do sangue) reagem melhor à suplementação de magnésio do que pessoas com níveis normais de potássio e sódio intracelulares.
Mais do que realizar um exame de sangue para medir renina ou potássio e sódio intracelulares, recomendamos experimentar uma suplementação de magnésio por quatro semanas. Também recomendamos adotar uma dieta rica em potássio ou pedir ao seu médico para receitar um suplemento de potássio.
Informação de dosagem para Potássio
A ingestão diária de potássio estimada, segura e adequada, conforme estabelecida pelo Comitê Sobre Quantidades Recomendadas Diariamente ( Recommended Daily Allowances – RDA) é 1,9 a 5,6 gramas. Se as necessidades de potássio do corpo não estão sendo atingidas pela dieta, a suplementação é fundamental para uma boa saúde. Esta afirmação é particularmente verdadeira para os idosos, os atletas e pessoas com pressão alta.
Os suplementos de potássio são disponíveis ou por receita ou no balcão. Contudo, a FDA (Federal Drug Administration) restringe a quantidade de potássio encontrada em suplementos de potássio de balcão a umas meras 99mg por dose por causa de problemas associados com receitas de alta dosagem de sais de potássio. Entretanto, os chamados substitutos do sal de cozinha, tais como as populares marcas NoSalt e Nu-Salt, são de fato cloreto de potássio a uma dosagem de 530mg de potássio por 1/6 de colher! A receita e suplementos de balcão são ou sais de potássio (cloreto e bicarbonato), potássio ligado a váriosquelíferos minerais (p.ex. aspartato, citrato, etc.) ou fontes de potássio baseadas em alimentos.
Os preparados de cloreto de potássio são os mais populares por receita e estão disponíveis numa vasta gama de formulações (tabletes liberados em tempo, líquidos, pós e tabletes efervescentes) e de sabores. Os cloretos de potássio são comumente receitados em doses de 1,5 a 3,0 gramas por dia. Entretanto, os sais de potássio podem causar náusea, vomitação, diarréia e úlceras quando ministrados na forma de pílulas em altas dosagens. Estes efeitos não são observados quando os níveis de potássio são aumentados somente através da dieta. Esta diferença destaca as vantagens do uso de alimentos ou suplementos de potássio baseados em alimentos para atingir as altas necessidades de potássio do corpo humano, muito maiores que o uso de pílulas.
Informação de dosagem para Magnésio
Muitos peritos nutricionais entendem que a ingestão ideal de magnésio deve ser baseada no peso (6mg/2,2 libras de peso). Para uma pessoa de 110 libras a recomendação seria de 300mg; para uma pessoa de 154 libras, 420mg e para uma pessoa de 200 libras, 540mg. Muito mais do que fiar-se na ingestão dietária para conseguir esta quantidade de magnésio, recomendamos suplementar a dieta com magnésio adicional correspondendo à recomendação de 6mg por 2,2 libras (mais ou menos um quilo) de peso. No tratamento das condições discutidas acima, recomendamos duas vezes esta quantidade – 12mg por 2,2 libras de peso.
O magnésio é encontrado em várias formas. Em geral, todas as formas são igualmente absorvidas. Contudo, preferimos magnésio ligado ao aspartato ou intermediatos do ciclo de Krebs (malato, succinato, fumarato e citrato), em oposição ao óxido, gluconato, sulfato e cloreto. Estudos de absorção indicam que o magnésio é facilmente absorvido oralmente, especialmente quando ligado ao citrato (e presumivelmente aspartato e outros membros do ciclo de Krebs). Além disso, o magnésio ligado ao aspartato ou aos intermediatos do ciclo de Krebs podem ajudar a lutar contra a fadiga. O aspartato alimenta o ciclo de Krebs – o percurso final comum para a conversão de glicose, ácidos graxos e aminoácidos em energia química – enquanto o citrato, o fumarato, o malato e o succinato são na realidade componentes do ciclo de Krebs. Existe evidência que sugere que os minerais quelíferos são melhor absorvidos que os intermediatos do ciclo de Krebs, quando utilizados e melhor tolerados do que os sais inorgânicos ou minerais relativamente insolúveis (cloreto, óxido ou carbonato de magnésio). Além disso, enquanto os sais inorgânicos de magnésio causam diarréia em doses altas, as formas orgânicas de magnésio geralmente não causam.
Uma libra = 453,59 gramas
Potássio e Magnésio – ítens de segurança
A maioria das pessoas pode manejar excesso de potássio. A exceção é alguém com doença nos rins. Esta pessoa não consegue lidar com o potássio de uma maneira normal, e está sujeita a experimentar perturbações cardíacas e outras conseqüências da toxicidade de potássio. Indivíduos com desordens nos rins usualmente precisam restringir a ingestão de potássio e seguir as recomendações dietárias de seus médicos. A suplementação de potássio também é contra-indicada quando usando algumas medicações de receita, inclusive digitalis, diuréticos escassos em potássio, e o enzimoinibidor de conversão angiotensinapertencente à classe de drogas para baixar a pressão, a menos que supervisionado por um médico. Se você não tiver certeza se está tomando ou não um membro destas classes de drogas, verifique com seu médico antes de tomar potássio.
Pessoas com doenças nos rins ou graves do coração (como bloqueio atrioventricular de alto grau) não devem tomar magnésio ou potássio a menos que sob conselho direto de um médico.
Em geral, o magnésio é bem tolerado. A suplementação de magnésio pode às vezes causar fezes frouxas, particularmente se tomada na forma de sulfato de magnésio (sais de Epson), de hidróxido ou de cloreto.
Stress
O stress pode causar pressão alta em muitas instâncias. Técnicas de relaxamento, tais como exercícios de respiração profunda, biofeedback, autogênicos, meditação transcendental, yoga, relaxamento muscular progressivo e hipnose tem mostrado ser de algum valor no rebaixamento da pressão sangüínea. Embora o efeito seja somente modesto, usar uma técnica de redução de stress é um componente necessário num programa natural de rebaixamento da pressão do sangue.
Um dos mais poderosos métodos de redução de stress e aumento da energia do corpo é o da respiração com o diafragma (ver “Gerenciamento do Stress” para mais informações). Um estudo recente lançou alguma luz sobre o efeito da respiração na hipertensão. Foi ensinado a voluntários com pressão normal como respirar muito superficialmente. Medições da quantidade de sódio e de potássio excretado em sua urina indicou que a respiração superficial conduziu à retenção de sódio no corpo. Foi sugerido que este padrão de respiração pode ter um papel causador em alguns casos de pressão alta devida à retenção de sódio.
Vitamina C e pressão do sangue
Estudos clínicos e baseados em população têm mostrado que quanto maior a ingestão de vitamina C menor a pressão do sangue. Vários estudos preliminares têm mostrado um modesto efeito de rebaixamento da pressão do sangue (uma queda de 5mm Hg) pela suplementação de vitamina C em pessoas com elevações brandas da pressão sangüínea.
Um dos modos pelos quais a vitamina C ajuda a manter a pressão do sangue dentro dos limites normais é pela promoção da excreção de chumbo. A exposição permanente ao chumbo de fontes ambientais, inclusive da água potável, está associada com a pressão alta e incremento na mortalidade cardiovascular. Áreas com suprimento de “água macia” têm uma maior concentração de chumbo na água potável devida à acidez da água; pessoas que vivem nestas áreas podem ser mais predispostas à pressão alta. Deve ser notado que a “água macia” é também, de certo, pobre em cálcio e em magnésio, dois minerais que também protegem contra a pressão alta.
Suplementação de Vitamina B6 para pressão alta
A suplementação de vitamina B6 tem mostrado baixar a pressão. Em um estudo, 20 pessoas com pressão alta tomaram vitamina B6 oral a uma dosagem de 5mg por dia por 2,2 libras de peso durante quatro semanas. Elas demonstraram reduções significantes na pressão sistólica e na diastólica assim como nos níveis de norepinefrina de serum (noradrenalina). Estes resultados indicam que a vitamina B6 influencia o sistema nervoso de uma maneira que conduz à redução da pressão do sangue. O efeito sobre a pressão do sangue pode ter um significado clínico tremendo, pois a pressão sistólica baixou de 167 para 153mm Hg e a diastólica de 108 para 98mm Hg.
Suplementação de Cálcio para pressão alta
Estudos de população têm sugerido uma ligação entre a pressão alta e uma baixa ingestão de cálcio. Contudo, a associação não é tão forte como a do magnésio e a do potássio. Em adição às informações epidemiológicas, vários estudo clínicos têm demonstrado que a suplementação de cálcio pode baixar a pressão em casos de hipertensão, mas os resultados tem sido inconsistentes.
Para esclarecer a eficácia da suplementação de cálcio para pacientes com hipertensão um estudo recente controlado por placebo, duplocego e cruzado, foi realizado com 46 pacientes com pressão alta que eram ou sensíveis ao sal ou resistentes ao sal (a restrição ao sal não produz efeitos). Durante a fase de suplementação de cálcio os pacientes receberam 1,5 gramas de cálcio (como carbonato de cálcio) por dia durante oito semanas. Os resultados do estudo indicaram que a suplementação de cálcio pode produzir efetivas reduções na pressão sangüínea de pessoas de cor negra e em pacientes que são sensíveis ao sal, mas não em pacientes que têm hipertensão resistente ao sal. Dada a segurança e ao possível benefício da suplementação de cálcio no tratamento da pressão alta, certamente vale a pena experimentar. Deve ser destacado que melhores resultados tem sido obtidos com o citrato de cálcio do que com o carbonato de cálcio.
Um outro grupo que parece reagir à suplementação de cálcio é o de hipertensos idosos. Um estudo usou monitoração de 24 horas da pressão sangüínea para avaliar o efeito da suplementação de cálcio sobre a hipertensão essencial do tipo brando e do moderado em pacientes idosos hospitalizados. Após um período de 24 horas as pressões médias sistólica e diastólica declinaram em 136mm Hg e 5,0mm Hg respectivamente, em pacientes cuja dieta foi suplementada com um grama de cálcio elementar.
Coenzima Q10 e pressão alta
A coenzima Q10 (CoQ10), também conhecida como ubiquinone, é um componente fundamental damitocondria – a unidade produtora de energia das células de nosso corpo. A CoQ10 está envolvida na manufatura de ATP, o meio de circulação de energia de todos os processos do corpo. Uma boa analogia do papel da CoQ10 em nosso corpo é o papel da vela de ignição no motor de um carro. Assim como o carro não pode funcionar sem aquela centelha inicial, o corpo humano não pode funcionar sem a CoQ10.
Embora a CoQ10 possa ser sintetizada dentro do corpo, estados de deficiência têm sido registrados. De fato, deficiência de CoQ10 tem sido encontrada em 39% dos pacientes com pressão alta. Esta descoberta por si só sugere a necessidade de suplementação de CoQ10. Mas a CoQ10 parece oferecer benefícios muito além da correção de uma deficiência.
Em vários estudos a CoQ10 tem na verdade mostrado baixar a pressão sangüínea em pacientes com hipertensão. Contudo, o efeito da CoQ10 sobre a pressão sangüínea somente é visto após 4 a 12 semanas de terapia. Assim, a CoQ10 não é uma droga típica de rebaixamento da pressão do sangue. Ao invés, ela parece corrigir alguma anomalia metabólica, que, por sua vez, tem uma influência favorável na pressão do sangue. Em pacientes com pressão alta, as reduções típicas tanto na sistólica quanto na diastólica estão limitadas a cerca de 10%. Em outras palavras, num paciente com uma leitura inicial de pressão do sangue de 150/100, a suplementação de CoQ10 deve baixar a pressão para 135/90.
Enquanto o mecanismo da ação da CoQ10 na angina é muito bem compreendido, como a CoQ10 baixa a pressão permanece um mistério. A pressão do sangue é similar à pressão da água quando ela passa por uma mangueira de jardim; se uma artéria (ou mangueira) é comprimida, a pressão aumenta. Níveis elevados de renina, sódio ou aldesterona estão associados com uma maior resistência ao fluxo do sangue. Quando 10 pacientes com pressão alta receberam 100mg de CoQ10 diariamente durante 10 semanas, a pressão sistólica no grupo caiu de 161,5mm Hg para 142mm Hg, e a diastólica de 98,5mm Hg para 83mm Hg, mas não ocorreram mudanças nos níveis de renina, sódio ou aldesterona. Estes três compostos promovem a constrição dos vasos sangüíneos e a pressão alta. Os níveis de colesterol caíram de 227mg/dl para 204mg/dl, e um sofisticado teste que mede a resistência dentro das artérias dos braços e das pernas revelou melhorias significantes.
Estes resultados indicam que a CoQ10 abaixa a pressão por meio de mecanismos de ação incomuns: (1) pelo rebaixamento dos níveis de colesterol e (2) pela estabilização do sistema vascular nas suas propriedades antioxidantes. Como resultado destas ações, a resistência do fluxo do sangue nas artérias é reduzida. Uma analogia seria que a CoQ10 age de uma maneira similar à ação de aumentar o diâmetro de um sprayer (pulverizador) na ponta de uma mangueira.
Os Óleos Ômega-3 e a pressão do sangue
O aumento do consumo de ácidos graxos ômega-3 pode baixar a pressão do sangue. Mais de 60 estudos já demonstraram que suplementos ou de óleo de peixe ou de óleo de semente de linho são muito eficazes para baixar a pressão. Os óleos de peixe têm tipicamente produzido um efeito mais pronunciado que o óleo de semente de linho, porque as dosagens de óleo de peixe usadas nos estudos foram sempre um bocado altas (10 cápsulas por dia). Contudo, o óleo de semente de linho pode ser uma melhor escolha para baixar a pressão, especialmente quando a relação custo-benefício é considerada.
Junto com a redução da ingestão de gorduras saturadas, uma colher por dia de óleo de semente de linho deve baixar ambas as leituras – sistólica e diastólica – em até 9mm Hg. Um estudo encontrou que para cada aumento absoluto de 1% no conteúdo de ácido alfa-linolênico do corpo, correspondia um decréscimo de 5mm Hg nas pressões sistólica, diastólica e média.
Botânicos
As duas recomendações herbais mais populares para a pressão alta são o alho (já discutido) e o espinheiro (crategus monogyma). Extratos dos bagos do espinheiro e extratos das pontas florescentes do espinheiro são largamente utilizados por médicos na Europa por sua eficácia cardiovascular. Estudos têm demonstrado que os extratos de espinheiro são eficazes no rebaixamento da pressão do sangue e na melhoria da função cardíaca. Contudo, em geral pode-se afirmar que o efeito de rebaixamento da pressão do espinheiro é muito brando. Usualmente é necessário pelo menos 2 a 4 semanas para que o espinheiro comece a exercer qualquer efeito.
REVISÃO RÁPIDA
· pressão sangüínea elevada é fator de risco importante para um ataque do coração ou derrame;
· como mais de 80% dos pacientes com pressão alta estão entre os de limiar (incerto) e os moderados, a maioria dos casos de pressão alta pode ser trazida sob controle através de mudanças na dieta e no modo de vida;
· virtualmente todas as autoridades médicas (livros-texto, organizações, jornais, etc.), inclusive o Comitê Unido Nacional para a Detecção, Avaliação e Tratamento da Pressão Alta, têm recomendado que terapias sem drogas sejam usadas no tratamento da hipertensão incerta e da hipertensão branda;
· os vegetarianos geralmente têm níveis de pressão do sangue mais baixos e uma menor incidência de pressão alta e outras moléstias cardiovasculares do que os não-vegetarianos;
· um consumo alto de potássio-sódio está associado com pressão sangüínea mais baixa;
· técnicas de relaxamento, tais como exercícios de respiração profunda, biofeedback, meditação transcendental, yoga, relaxamento muscular progressivo e hipnose, têm todos demonstrado ter algum valor no rebaixamento da pressão do sangue;
· estudos populacionais e clínicos têm mostrado que quanto mais alta a ingestão de vitamina C menor a pressão do sangue;
· a exposição crônica ao chumbo de fontes ambientais, inclusive água potável, está associada com a pressão alta e com a mortalidade cardiovascular incrementada;
· a deficiência de CoQ10 tem estado presente em 39% dos pacientes com pressão alta;
· mais de 60 estudos têm demonstrado que suplementos de óleo de peixe ou de óleo de semente de linho são muito eficazes no rebaixamento da pressão do sangue;
· os extratos de espinheiro exercem efeitos brandos no rebaixamento da pressão do sangue.
Incidência Anual por 1000 pessoas
<120 120-139 140-159 >160
Pressão do sangue sistólica
Figura 1 – pressão do sangue e morte súbita de moléstia cardíaca e pressão alta
SUMÁRIO DE TRATAMENTO
A pressão alta não pode ser menosprezada. Mantendo sua pressão sangüínea dentro dos limites normais, você não estará somente aumentando sua vida, mas estará melhorando a qualidade dela. Isto é especialmente verdadeiro se medidas naturais, em vez de drogas, forem usadas para obter a pressão sangüínea apropriada; as drogas carregam consigo significantes efeitos colaterais, tais como fadiga, dores de cabeça e impotência. Aqui vão algumas orientações concisas para as diversas classificações da alta pressão sangüínea:
Para hipertensão branda (140-160/90-104)
· reduzir excesso de peso
· eliminar ingestão de sal (cloreto de sódio), substitua por Molho Shoyo
· seguir um estilo de vida saudável: evitar álcool, a cafeína e o fumo; fazer exercícios e usar técnicas de redução do stress
· seguir uma dieta alta em potássio e rica em fibras e carbohidratos complexos
· aumentar o consumo dietário de aipo, alho, cebolas, banana e frutas cítricas
· reduzir ou eliminar a ingestão de gorduras animais e aumentar a ingestão de óleos vegetais
· aumentar o consumo de produtos ricos em cálcio.
· suplementar a dieta com o seguinte:
fórmula de múltiplas vitaminas e minerais de alta potência
vitamina C – 500-1000 mg 3 vezes ao dia
vitamina E – 400- 800 IU por dia
magnésio – 800-1200 mg por dia
alho – o equivalente a 4000 mg de alho fresco por dia
potássio – 2,5g por dia
óleo de semente de linho – uma colher de sopa por dia
Se depois de seguir as recomendações acima por um período de 3 a 6 meses a pressão do sangue não tiver retornado ao normal, consulte um médico para outras recomendações sem drogas
Para hipertensão moderada (140-180/105-114)
· empregar todas as medidas relacionadas para hipertensão branda
· tomar Coenzima Q10 – 50 mg 2 a 3 vezes por dia
· tomar extrato de espinheiro (a 10% de procianidinas, ou 1,8% vitexina – 4’- rhamnosida) – 100-250 mg 3 vezes por dia
ENCYCLOPEDIA OF NATURAL MEDICINE – 2a. Edição 1998
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